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No atual cenário permeado por transformações de cunho econômico, político, social e histórico. As novas formas de comunicação e os novos aparatos tecnológicos vêm contribuindo para complexificar esta realidade e proporcionando algumas leituras e/ou interpretações de sua colaboração para as relações sociais contemporâneas.
E quem nos ajudar nessa reflexão é o autor Jean Baudrillard (1997) quando escreve:
[...] tela nua, num centro de computação para todas as redes de influência, o que implica uma possibilidade de dissimulação, de desaparecimento no espaço impalpável, e de assim não ser mais localizável, inclusive por si mesmo, o que resolve todos os problemas de identidade, sem contar os de alteridade (Budrillarde, p. 144)
A pesquisadora percebe que as Novas Tecnologias dão passo a uma nova cultura que requer ser reconhecida e compreendida. Elas chegaram para eliminar distâncias e tempo da comunicação. E segundo Rancagliolo (1998) navegamos, não circulamos. Isto é, estamos em uma outra sociedade e esta novidade entrou na Escola e demandam atualização constante dos educadores que por sua vez precisam navegar sem fronteiras no campo cibernético para tentar fazer um percurso aproximado dos educandos internauta desta nova geração. Existem alguns pensadores que nos animam entre eles está Edgar Morin (1991,1996) e na sua opinião, vivemos numa sociedade que questiona incessantemente seus determinismos econômicos, sociais, políticos, culturais e históricos. Vivenciamos a complexidade como condição humana.
E segundo Morin, construímos um novo paradigma a partir da “necessidade de novas teorias abertas, racionais e críticas, reflexivas, autocríticas, aptas a auto reformarem-se, ou mesmo a auto revolucionarem-se [...] tarefa da epistemologia complexa” (1991, p.220)
A mediação tecnológica na educação compreende os procedimentos e as reflexões em torno da presença e os múltiplos usos das novas tecnologias da informação na educação, ou seja, além de mediação ela passa a ser recepção. E propõe à comunidade educativa a utilização dos recursos tecnológicos a partir de uma perspectiva cidadã, o que implica a democratização do uso das tecnologias em torno de projetos solidários como exercício de uma autêntica prática comunicacional.
O investigador e educomunicador Alfonso Gutiérrez, (1997) em sua obra “Educación Multimedia y Nuevas Tecnologías”, aponta para uma educação multimídia que “fazendo uso das tecnologias predominantes em nossa sociedade atual permita ao aluno conseguir alcançar os conhecimentos,
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destrezas e atitudes necessários para:
• Comunicar-se (interpretar e produzir mensagens) utilizando distintas linguagens e meios;
• Desenvolver sua autonomia pessoal e o espírito crítico, que os capacitaria para formar uma sociedade justa e multicultural, convivendo com as inovações tecnológicas próprias de cada época”
Gutiérrez Martín (1997) considera necessário que a educação multimídia se dirija não só aos educandos como também aos educadores em formação e no serviço ativo. Desta maneira há uma construção entre os saberes, pois nesse ponto os alunos levam uma vantagem por serem nascidos nesse cenário tecnológico e assim tendem a desenvolver mais facilmente as aptidões para usufruir dos recursos mediáticos.
A UNESCO publicou em 1992 The State of the Art and Beyond, una reflexão sobre a evolução da Informática no contexto educativo. No segundo capítulo, Bernard Levrat assinala alguns temas fundamentais de reflexão sobre as tecnologias nas escolas:
A inovação tecnológica é uma realidade que preocupa a todos: empresas, indústrias e universidades, portanto não é um problema exclusivo do sistema educativo;
Os computadores devem chegar aos professores e alunos juntamente com um treinamento e estruturas adequados;
As estratégias de utilização de novas tecnologias devem ter como ponto de partida a realidade de quem as utiliza;
É imprescindível a promoção de experiências-piloto.
Tal documento reconhece que a presença das novas tecnologias na educação pode causar novos problemas na relação educador/educando e, por isso, o autor se pergunta: por que utilizar, então, estas novas tecnologias? E ele mesmo responde: primeiro, porque o imenso desenvolvimento desta área e de suas aplicações na sociedade faz com que a educação não possa ignorá-la por mais tempo. Em segundo lugar, a informática traz consigo uma infinidade de possibilidades de solução a problemas que a educação enfrenta.
Em janeiro do presente ano, 2001, realizou-se na Espanha o I Congresso Internacional de Educared. Nele, aflorou com força o tema da introdução das novas tecnologias na educação. O jornal El País publicou a respeito:
A preocupação por introduzir as novas tecnologias com fins pedagógicos nos centros escolares é praticamente unânime entre o professorado. A pressa por encontrar uma resposta sobre como se pode levá-la a cabo, fez com que a Rede tenha entrado na educação, sem dar-lhe tempo para reagir, através do grande fluxo de informação a que têm acesso os alunos.
Os especialistas asseguram que é imprescindível a internet dentro das salas de aula para poder desenvolver uma nova pedagogia adaptada a esta ferramenta. Por outro lado o catedrático de Psicologia da Educação da Universidade Complutense, Jesús Beltrán advertiu que “toda tecnologia e especialmente a internet tem um grande poder, porém, não é mais que um instrumento e o importante é que professor e aluno saibam o que fazer com ela .
As novas tecnologias podem supor uma mudança na estrutura da educaçã
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o ocidental. Certamente, hoje há outros espaços, além da escola, onde se pode adquirir conhecimentos, passando menos tempo em salas de aula, traçando-se objetivos mais ambiciosos em vista do desenvolvimento humano, não só em termos de utilidade econômica, como também, de satisfação e enriquecimento.
Esta reflexão remete a uma das tarefas educativas dentro desta área: a desmistificação das novas tecnologias como salvadoras da educação e a focalização do que-fazer educativo pondo estas tecnologias ao serviço do crescimento da pessoa.
A UNESCO reconhece que são poucos os países que deram passos apropriados para capacitar os educadores nas áreas das novas tecnologias. A maior parte dos investimentos se reduz à aquisição de equipamentos. Há um fato indiscutível que vem melhorar a situação: a utilização da informática vem criando, como conseqüência natural, “investigadores” no campo, e esse hábito de investigar influi positivamente no modo como os conteúdos são explorados e ensinados.
Novos espaços de comunicação vêm surgindo e, com a mediação das máquinas, a própria comunicação passa a modificar e junto com a comunicação a educação e o modo de educar-se, são necessários criar novos ambientes, a exemplo das tecnologias televisuais e informacionais, como é o caso da internet. E o autor Pierre Levy (1999) pode nos ajuda a entender os processos de organização e institucionalização do espaço tecnológico ou do “ciberespaço”, e a estabelecer uma relação entre esses dois conceitos e a internet como rede de informação e como de produção de sentido.
Poderíamos até nos perguntar: o que Levy defende como ciberespaço? E a sua resposta é esta: “é o meio de comunicação que surge da interconexão de computadores”. Tudo para dizer e entender que é nesta rede que o cenário tem um novo olhar repleto de mudanças, trocas. E o ciberespaço para Levy: “conjunto de técnicas, materiais e interlectuais, de práticas, de atitudes, de modos e de pensamento e de valores que se desenvolve juntamente com o ciberespaço” (Levy, 1999,p.22)
Não é nada depreciável o dado que provém de um estudo recente do projeto Virtual Society, (analistas sociólogos das novas comunicações) sobre o uso das novas tecnologias. Inclui-se nele a categoria de “ex-usuário” de internet para os entrevistados. A projeção dos resultados indicava que quase 28 milhões de pessoas nos Estados Unidos se declaram “ex-usuários” da rede.
Dentro desse grupo de “desencantados”, a maioria é constituída por adolescentes, principal alvo de muitos dos conteúdos da Rede. O único precedente é ainda mais estranho. Em 1995, em seus primeiros anos, outro estudo no Reino Unido quantificou em 8% a população com acesso à Internet. Porém, surpreendentemente, outros 8% se auto-qualificaram como “ex-usuários”, uma categoria que os sociólogos nem sequer suspeitavam. Quer dizer, que encontraram, então, um perfil de pessoas que simplesmente tomaram conhecimento da Internet e decidiram que aquilo não lhes interessava .
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Com todas as suas potencialidades e contradições, a área da mediação tecnológica na educação, está sendo assumida pouco a pouco por universidades e governos, como âmbito estratégico de suas políticas educativas.
Ismar de Oliveira Soares (1990), finaliza sua reflexão sobre esta área, considerando que as possibilidades tecnológicas são muito diversificadas. É evidente que não é possível dominar todas as tecnologias. No entanto, uma vez compreendidas as necessidades da educação um bom educomunicador saberá fazer-se assessorar por especialistas na área. O importante é que se garanta, através das tecnologias, a ampliação do campo expressivo para educadores e educandos. Se isso acontece estaremos no campo da inter-relação entre comunicação-educação.